quinta-feira, 22 de março de 2012

UMA CRÔNICA SOBRE O DIA MUNDIAL DA ÁGUA

MAIS UM DIA MUNDIAL DA ÁGUA,  E A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS?


O dia mundial da água foi criado pela Organização das Nações Unidas no dia 22 de março de 1992, destina-se esse dia  às discussões sobre os diversos temas que circundam a questão ambiental dos recursos hídricos mundiais.

Afirma-se, que a água é o insumo da vida. Fato real,  se observamos a história podemos  verificar que esse insumo participou de todos os aspectos da sociedade humana, desde o desenvolvimento agrícola, industrial, cultural e religioso, que acompanharam a nossa civilização.

A água talvez seja o insumo da vida mais democrático, pois não importa quem somos, o que fazemos, o quanto de riqueza temos, nós todos dependemos dela para sobreviver.

A gestão de recursos hídricos, fundamenta-se em um conjunto de normas e atividades com a finalidade de alcançar resultados de eficiência do uso desse recurso, de forma sustentável nos aspectos ambientais, sociais e econômicos.

Entretanto, essa gestão sofre constantes abalos em razão das crises:  sejam econômicas, éticas, educacional ou democrática. A gestão desse insumo se fortalece ou enfraquece na medida dos interesses, as vezes altruístas, as vezes  egoístas, daqueles que detém o poder de definir o que se espera de uma política pública.

Para se fazer gestão de águas é necessário investimento em planejamento, em pessoas, em informação e principalmente em mobilização social. E quando se fala em investimento traz a tona o principal problema que circunda a gestão das águas.

Já que a água e a sua administração formam o insumo da vida, o que se espera é que a vida seja a prioridade de qualquer política pública. Administração da água não pode trilhar na corda bamba da economia mundial. É preciso que se invista em pesquisas, em capacitação técnica, em metodologias de trabalho e principalmente em mobilização de toda a sociedade.

O trabalho incessante de gestão das águas produz resultados, todavia, não mensuráveis em indicativos convencionais, aqueles traduzidos em números e cifras. O sucesso da gestão das águas  traduz-se nos frutos da semente plantada em cada cidadão, nas mudanças de hábitos da sociedade e no compartilhamento desse bem natural entre todos,  sem distinção de raça, riquezas ou cultura.

Não se trata do quanto se investe em gestão de águas, mas do quanto se economiza em matéria de saúde pública, em restrição de atividades agrícolas, em restrição de atividades industriais, em catástrofes nos grandes centros urbanos, em proporcionar a cada cidadão qualidade de vida. 

Para ilustrar o papel dos gestores de água, aqui entendidos como conselheiros e servidores públicos, trago a estória contada pelo jornalista Mario Sergio Cortella em seu livro “Não Espere pelo Epitáfio”. Conta a estória que em uma imensa fábrica nos Estados Unidos equipada com máquinas  avançadas e equipamentos hidráulicos de última geração, ocorreu uma pane geral.

Todo o sistema parou, cada minuto era precioso e causava prejuízo financeiro de milhares de dólares.  O suporte técnico, que lidava diretamente com problemas, foi imediatamente chamado, os especialistas examinaram toda a estrutura e, nada. O defeito não era localizado.

Em um determinado momento um dos diretores disse: Há um velho encanador que trabalha há mais de 50 anos nesta cidade. Quem sabe, como recurso extremo, ele poderá ajudar.

Sem alternativa  chamaram o antigo profissional, que com sua maletinha de ferro, já desgastada, caminhava silencioso por toda a fabrica, e de repente, perto da área central da fábrica, abaixou-se, e colocou o ouvido no piso, e deu um leve sorriso. Tirou da maleta um martelo de borracha e, com ele deu uma pancada no chão. Tudo voltou a funcionar.

O gerente financeiro, depois de agradecer o encanador, perguntou pelo custo do serviço; ele respondeu que custaram mil dólares. O gerente, atordoado, retruca: “mil dólares por uma marteladinha? Não dá; não vão aceitar. Faça, por favor, uma nota fiscal detalhada com a descrição de todo o serviço feito aqui”

O velho encanador não se incomodou; preencheu o documento e entregou ao gerente, que leu a discrição: “a) dar uma marteladinha, 1 dólar; b) saber onde dar a marteladinha, 999 dólares”

Dessa forma podemos ilustrar como a gestão das águas é vista pelo sistema político. A gestão não é imediatista, é sim uma obra cujo alicerce se forma pelo conhecimento adquirido em cada experiência, em cada ação desenvolvida. Não se produz números ou cifras diretamente, mas o resultado desse trabalho sustenta o insumo da vida, o bom funcionamento da economia e a continuidade da vida em nosso planeta.

Rafael Sá




sábado, 4 de fevereiro de 2012

REUNIÃO PÚBLICA APRESENTA PROGNÓSTICO NA BACIA DOS AFLUENTES MINEIROS DO MÉDIO E BAIXO JEQUITINHONHA




A unidade de planejamento e gestão de recursos hídricos do Médio e Baixo Rio Jequitinhonha (bacia hidrográfica JQ3) é composta por trinta e quatro (34) municípios do Estado de Minas Gerais, entre Virgem da Lapa e Salto da Divisa. A bacia hidrográfica JQ3 receberá um importante instrumento de gerenciamento das águas, através de um projeto do Governo do Estado: o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia JQ3 que começou a ser elaborado em 2011. A supervisão é realizada em parceria entre o Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM e o Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Médio e Baixo Jequitinhonha – CBH JQ3. A empresa responsável pela execução do projeto é a GAMA Engenharia. A previsão é que este plano seja concluído até maio de 2012, contando com um investimento de cerca de um milhão de reais do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (FHIDRO).

Em 21 de junho de 2011, ainda na fase preliminar do Plano Diretor, uma primeira reunião foi organizada em Salto da Divisa, onde foram levantados dados e informações sobre a bacia, a partir da contribuição dos participantes. Em seguida, os estudos e pesquisas disponíveis na bacia foram levantados e processados pela GAMA Engenharia, permitindo a elaboração do Diagnóstico dos Afluentes Mineiros do Médio e Baixo Jequitinhonha – JQ3. Esse primeiro produto foi apresentado e discutido em uma Consulta Pública organizada no dia 21 de setembro na cidade de Salinas.

Dando prosseguimento aos trabalhos de elaboração deste Plano Diretor, uma segunda Consulta Pública foi realizada em 14 de dezembro de 2011 na cidade de Itaobim, para apresentação e discussão do Prognóstico da bacia. A GAMA Engenharia apresentou os resultados das simulações do cenário otimista para a região do Médio e Baixo Jequitinhonha. Os cálculos indicam que, construindo duas barragens já previstas pela RURALMINAS em afluentes do rio Jequitinhonha (Itinguinha e Giru), seria possível incrementar as áreas irrigadas entre 7.560 e 17.700 há (dependendo da eficiência de irrigação), sem prejudicar os outros usos da água como abastecimento público, pecuária e indústria.

Na construção do Plano Diretor dos Afluentes Mineiros do Médio e Baixo Jequitinhonha existem diversos desafios, principalmente, em relação à dificuldade de manutenção do processo participativo em todos os setores: poder público, usuários e sociedade civil, agregando, assim, pessoas à gestão das águas. De acordo com o presidente do Comitê de Bacia CBH-JQ3, Sr. Wanderley Miranda, o trabalho é para o interesse coletivo da população, e ele conta com o apoio de todos os prefeitos nesse processo de divulgação e mobilização dos municípios.

As próximas consultas públicas deverão ocorrer a partir de março, aguardando confirmar data e local. Enquanto isso, serão realizadas oficinas em três cidades da bacia JQ3 para levar as informações sobre o Plano Diretor para a população da bacia, e incentivar a participação de todos nas Consultas Públicas de elaboração do Plano Diretor. As oficinas irão acontecer no mês de fevereiro de 2012, nas seguintes datas e localidades:

NO DIA PRIMEIRO DE MARÇO, AS 9:00 DA MANHÃ, NA CÂMARA MUNICIPAL, EM JORDÂNIA;
NO DIA CINCO DE MARÇO, AS 9:00 DA MANHÃ, NO ROTARY CLUBE EM JEQUITINHONHA
NO DIA NOVE DE MARÇO, AS 9:00, NO SALÃO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS EM PONTO DOS VOLANTES. 

 Nos dias que antecedem as oficinas, uma equipe formada por membros do Comitê de Bacia CBH-JQ3 e GAMA Engenharia, estará visitando Municípios e Comunidades da bacia.



Mais informações:

- No site Internet do Projeto: www.planos-jq-pa.com.br

- Com o Comitê de Bacia CBH-JQ3 (Presidente Wanderley Miranda da Silva):

- Email wanderley.silva@copasa.com.br – Fone (31) 8481 7145

- Com a equipe de mobilização da GAMA Engenharia: Fone (82) 8882-4674

- No IGAM Norte: Fone (38) 3213-7931



Larissa Rodrigues - Jornalista

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

IGAM REGIONAL NORTE EM RIMAS DE CORDEL


Engenheiros novos ainda pouco testados,

Foi em 2006, no IGAM, que os trabalhos foram iniciados

Com colete e caneta desembainhada, viajamos como sertanejos

Fiscalizando em cada quadra, os oásis desses relevos,

Mas em 2007 acostumados com os conflitos da região

A chefia do instituto pediu que trabalhássemos com a tal gestão,

No início achamos estranho, organizar o debate desta gente

Que de tanto sofrer com a seca, tem medo do futuro, tendo em vista o presente,

Assim aprendemos, que muito pouco adiantava sermos engenheiros

Se do povo que vivencia a angustia da seca, nós não fossemos companheiros,

Organizamos os trabalhos, instituíram-se os comitês

Para que os sertanejos juntos mostrassem a sua altivez,

Política pública gravada, como pintura rupestre

Restava para o IGAM o ultimo toque de mestre

Direcionar os debates que ele tanto incentivou

Precisava agora contratar o plano diretor,

Foi assim que licitaram as empresas para a empreitada

Concorreram muitas, até que uma fosse contratada,

Preocupados com o plano e com as linhas do seu conteúdo

Chamaram a tal câmara para que acompanhasse tudo,

Se não bastasse essa tarefa, que com cuidado andamos fazendo

Agora vem a tal “cobrança” devagar aparecendo

Dessa temos medo, pois o povo não confia

Pagar pelo uso da água, o usuário até arrepia,

Mas isso é outra conversa que deixo para adiante

Pois a gestão deve continuar de forma ainda mais confiante,

Disseram os Doutores que para a água gerir

nove ferramentas de gestão não podem deixar de existir

Preocupado com o que falaram me peguei pensando

Com tanta crise no mundo, quem irá investir tanto

Quanto tempo leva, nem imagino quando...

O que importa para o sertanejo é continuar acreditando,

Muita coisa evoluiu e continua a progredir

Mas, de uma coisa tenho certeza e não irei omitir

Para que a gestão das águas de Minas continue a fluir

Será preciso que o IGAM e seus parceiros continuem a existir.

RAFAEL SÁ