Engenheiros novos ainda pouco testados,
Foi em 2006, no IGAM, que os trabalhos foram iniciados
Com colete e caneta desembainhada, viajamos como sertanejos
Fiscalizando em cada quadra, os oásis desses relevos,
Mas em 2007 acostumados com os conflitos da região
A chefia do instituto pediu que trabalhássemos com a tal gestão,
No início achamos estranho, organizar o debate desta gente
Que de tanto sofrer com a seca, tem medo do futuro, tendo em vista o presente,
Assim aprendemos, que muito pouco adiantava sermos engenheiros
Se do povo que vivencia a angustia da seca, nós não fossemos companheiros,
Organizamos os trabalhos, instituíram-se os comitês
Para que os sertanejos juntos mostrassem a sua altivez,
Política pública gravada, como pintura rupestre
Restava para o IGAM o ultimo toque de mestre
Direcionar os debates que ele tanto incentivou
Precisava agora contratar o plano diretor,
Foi assim que licitaram as empresas para a empreitada
Concorreram muitas, até que uma fosse contratada,
Preocupados com o plano e com as linhas do seu conteúdo
Chamaram a tal câmara para que acompanhasse tudo,
Se não bastasse essa tarefa, que com cuidado andamos fazendo
Agora vem a tal “cobrança” devagar aparecendo
Dessa temos medo, pois o povo não confia
Pagar pelo uso da água, o usuário até arrepia,
Mas isso é outra conversa que deixo para adiante
Pois a gestão deve continuar de forma ainda mais confiante,
Disseram os Doutores que para a água gerir
nove ferramentas de gestão não podem deixar de existir
Preocupado com o que falaram me peguei pensando
Com tanta crise no mundo, quem irá investir tanto
Quanto tempo leva, nem imagino quando...
O que importa para o sertanejo é continuar acreditando,
Muita coisa evoluiu e continua a progredir
Mas, de uma coisa tenho certeza e não irei omitir
Para que a gestão das águas de Minas continue a fluir
Será preciso que o IGAM e seus parceiros continuem a existir.
RAFAEL SÁ