Neste ano de 2010, nós do Comitê de Bacia (CBH VG), temos algumas metas a cumprir em relação ao Rio Gorutuba. Existem ainda alguns problemas que estão na pauta e que precisam ser atacados com alguma urgência. Vamos enumerá-los aqui e descrevê-los em ordem de importância, não que todos não sejam muito importantes, mas deveremos impor algumas prioridades.
O primeiro problema a ser destacado é o lançamento de esgotos após a estação de tratamento da Copasa. Tenho recebido diversas reclamações de usuários à jusante da ETE sobre a péssima qualidade que a água está apresentando naquele local. Já entrei em contato com o pessoal da Copasa e uma reunião está para ser agendada nos próximos dias. Nessa reunião, com a presença de técnicos da Copasa de Montes Claros também, espero levar alguns representantes dos usuários prejudicados assim como os nossos ambientalistas.
Em seguida, temos o velho problema do assoreamento e da proliferação de taboas. Apesar do trabalho realizado pela Codevasf, no qual uma empreiteira, usando uma retroescavadeira, realizou a limpeza mecânica das plantas, deixando o leito do rio desimpedido, ainda assim existem irregularidades. Como não houve monitoramento posterior, e o serviço não contemplou toda a extensão do rio, as plantas estão voltando e a sujeira também.
Em terceiro lugar, existe a questão da manutenção do maciço da Barragem do Bico da Pedra. O barramento possui diversos componentes de segurança que, pelo que se sabe, nunca sofreram nenhum tipo de intervenção no sentido de mantê-los em boas condições operacionais. Não quero ser alarmista, mas uma barragem dessa importância deveria ter todos os dispositivos de segurança em perfeito funcionamento. Uma manutenção rigorosa nos equipamentos mecânicos e elétricos da barragem é fundamental para a segurança do sistema.
E, finalmente, mas não por último, a questão dos lavajatos. Ainda é grande o desrespeito com o rio por parte desses estabelecimentos, que continuam a lançar um volume considerável de efluentes líquidos oleosos e contaminando substancialmente as águas. Teremos que ser rigorosos no chamamento à lei por parte dos lavadores de veículos, acionando, inclusive, os órgãos ambientais e, se não for suficiente, o ministério público e polícia ambiental.
Ainda existem outros problemas que afetam sobremaneira o Rio Gorutuba, tais como a ausência de matas ciliares, extração ilegal de areia, lançamento de lixo nas águas e outros, mas os que enumeramos acima são os mais prementes.
Vale tudo para proteger a natureza e, em especial, o nosso Rio Gorutuba e precisamos da ajuda de todos nessa enorme tarefa.
* Aroldo Cangussu é engenheiro, ex-secretário municipal de meio ambiente de Janaúba e atual Coordenador-Adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas.
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